28 de Janeiro de 2021 Sem categoria

Logística no Brasil: governo e iniciativa privada destacam inovação e parceria para fim de gargalos

Num país de dimensões continentais, com 8,5 milhões km2 de extensão territorial, e gargalos de infraestrutura ainda existentes, dois fatores são essenciais para fazer a logística avançar no Brasil: : inovação e parceria. Essa foi a conclusão da live realizada nesta quarta-feira, 27 de janeiro, sobre os desafios logísticos brasileiros. O webinar reuniu representantes do governo e do mercado: Marcelo Sampaio, secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura; Marcelo Lopes, diretor-executivo de Supply Chain do Grupo Carrefour Brasil; Marcelo Guarnieri, CEO e fundador da Kangu; e Marcelo Saraiva, presidente da Brado Logística.

 

Sampaio destacou um conjunto de ações do Ministério da Infraestrutura para melhorar a posição do Brasil no ranking do Índice de Desempenho Logístico (LPI) do Banco Mundial (56o lugar entre 160 países) e reduzir os custos com logística que, segundo estudo da COPPEAD/UFRJ, representam 12,1% do PIB nacional. Ele citou as concessões como uma das apostas do ministério para acelerar os investimentos em infraestrutura de transporte. Somente em 2021 está prevista a transferência de mais de 50 ativos, o que deverá render quase R$ 138 bilhões em investimentos e gerar 2 milhões de empregos.

 

De acordo com o secretário-executivo do MInfra, o novo ano chega com muitas oportunidades para o setor de logística. “Em 2021, acontecerá o maior leilão de aeroportos do nosso país. Serão 22 leiloados, ou seja, um marco histórico. Seguimos firme com a agenda estipulada pelo governo federal de conectar melhor o país ”, afirmou. Para ele, outra concessão que será emblemática é a da Via Dutra (BR-116), que liga São Paulo e Rio de Janeiro, com investimento de R$ 15 bilhões.

 

Marcelo Lopes, do Grupo Carrefour Brasil, relatou como é a experiência desafiadora do maior varejista do país e líder na distribuição de alimentos. “O Carrefour Brasil detém diferentes formatos e canais, com a bandeira Atacadão, hipermercados Carrefour, os (formatos) Market e Bairro em supermercado, o Express mais próximo.  Tem drogaria, tem postos de gasolina, e o canal de e-commerce, que acelerou demais em 2020. São pouco mais de 200 mil itens diferentes para esses formatos. Para suportar isso tudo temos 24 operações logísticas, entre Centros de Distribuição e plataformas, e mini centros de distribuição, para a última milha”, disse.

 

Lopes ressaltou que avanço em logística passa também pela discussão tributária e diversificação da matriz de transportes, hoje concentrada no modal rodoviário. “Não dá para se falar de desafio de infraestrutura logística se não tocarmos no tema de logística tributária. A gente infelizmente está em um dos poucos países que a menor distância não é a mais rentável, e isso precisa mudar. E, na área de sustentabilidade, é preciso pensar em uma nova matriz energética, com menos dependência do diesel. E, portanto, investir em outros modais, como cabotagem e trilhos. É o que procuramos no Carrefour”, completou.

 

Marcelo Sampaio explicou que uma das prioridades do Ministério da Infraestrutura é justamente dobrar a participação das ferrovias para agilizar e baratear o escoamento da produção. A ampliação do modal ferroviário na matriz de transportes vai beneficiar empresas como a Brado, referência nacional em logística multimodal, com soluções na movimentação de contêineres  aos principais polos de produção e consumo do Brasil. Presidente da companhia, Marcelo Saraiva, celebrou os planos do MInfra para expansão das ferrovias já que a Brado se dedica principalmente ao transporte de cargas por longas distâncias ferroviárias.

 

Saraiva falou ainda sobre como o caminhão e o trem podem ser complementares de maneira estratégica. “O caminhão é o nosso parceiro. E acreditamos que cada vez mais o perfil do caminhoneiro vai mudar para um profissional que se dedicará a fazer trechos mais curtos, de cerca de 300 quilômetros, enquanto o trem movimenta cargas por longas distâncias, acima de 2.000 quilômetros. O caminhão sempre vai ser complementar, principalmente nas pontas de origem e destino”, esclareceu.

ABTTC News

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