Os portos do Arco Norte do país aumentaram sua participação nas exportações do complexo soja e milho, chegando próximo a um terço dos embarques dessas culturas em 2020, confirmou estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
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De acordo com o levantamento, no ano passado 31,9% dos embarques de grãos do país ocorreram em portos acima do paralelo 16, área que engloba parte do Centro-Oeste e as regiões Norte e Nordeste. O resultado representou um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação a 2019.
Sul e Sudeste
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Os portos do Sul e Sudeste, abaixo do paralelo 16, foram responsáveis por 68,1% dos envios ao exterior. No total, o país exportou 132,7 milhões de toneladas, 1,22% a mais que em 2019.
Entre os principais portos de saída de soja e milho, a liderança continuou com o porto de Santos (SP), que foi responsável por embarques de 42,2 milhões de toneladas. Na sequência aparece Paranaguá (PR), com 22,2 milhões de toneladas.
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Elisangela Pereira Lopes, coordenadora de Assuntos Estratégicos da CNA, lembra que, apesar do ano atípico por causa da pandemia de covid-19, a movimentação nos portos brasileiros foi recorde. Segundo ela, medidas como classificar o transporte de cargas como atividade essencial ajudaram no resultado.
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Trajetória de alta
Outro ponto de destaque é que os portos do Arco Norte mantêm uma consistente trajetória de alta. Em 2009, ano do primeiro levantamento da CNA, os embarques na região foram de 16,6% do total.
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Para Elisangela, o movimento é uma tendência natural, pois mais da metade da produção de soja e milho vem de áreas acima do paralelo 16. No último ano, foram produzidas 227,4 milhões de toneladas desses dois grãos em todo o Brasil, sendo 148,6 milhões de toneladas (65,3%) vindas de áreas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, ante 78,8 milhões de toneladas (34,7%) do Sul e Sudeste.
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Segundo a CNA, em 2009 a produção acima do paralelo 16 correspondeu a 51,9% do que foi colhido no país, enquanto as áreas abaixo do paralelo 16 foram responsáveis por 48,1%.
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Porém, para que a participação do Arco Norte seja ainda maior são necessários mais investimentos na ampliação da capacidade portuária e também na logística. “O que prejudica muito são os acessos aos portos. Tivemos o leilão da Ferrogrão paralisado, há o impasse de licenciamento ambiental na BR-158, por exemplo”, disse ao Valor.