A balança comercial brasileira registrou novos recordes e resultados históricos no mês de novembro e no acumulado do ano, segundo dados divulgados nessa quarta-feira (01/12) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. As exportações no ano, por exemplo, chegaram a US$ 256,1 bilhões – um recorde tanto para períodos de 11 meses quanto para anos fechados. O mesmo aconteceu com o saldo comercial, que chegou a US$ 57,2 bilhões, no maior superávit em 11 meses e em anos fechados. Já a corrente de comércio – soma das exportações e importações – foi a maior para o período de janeiro a novembro, com US$ 455 bilhões.
chr38nbsp;
chr38Uacute;ltimo recorde - Segundo a Secex, o último recorde da exportação brasileira anual foi em 2011, com US$ 254 bilhões. “Já ultrapassamos esse valor com os resultados de janeiro a novembro”, destacou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, em coletiva de imprensa. As importações, mesmo crescendo 39,7% no acumulado do ano, ficaram em US$ 198,91 bilhões e ainda estão abaixo dos valores máximos históricos – em 2013, chegaram a US$ 223 bilhões em 11 meses.
chr38nbsp;
Novembro - Considerando apenas o mês de novembro, porém, as importações atingiram o recorde histórico de US$ 21,6 bilhões. Esse aquecimento foi puxado pelo aumento de 34,7% nos preços, já que o volume importado subiu apenas 4,5%. “Temos observado uma aceleração dos preços dos bens importados e um crescimento do valor importado concentrado em alguns segmentos, como combustíveis em geral, energia elétrica, adubos, fertilizantes e medicamentos”, comentou Brandão.
chr38nbsp;
Demanda - Ele lembrou que, junto com a compra de vacinas contra a Covid-19, o Brasil precisa atender à demanda interna por energia, adubos e fertilizantes. “Temos uma perspectiva de uma safra crescente e adubos e fertilizantes são derivados de petróleo também. Então, com o aquecimento dos preços internacionais de petróleo, esses produtos também se encontram com os preços em alta”, explicou.
chr38nbsp;
Segundo maior valor para o mês - Além do recorde das importações, novembro registrou o segundo maior valor das exportações para o mês, com US$ 20,30 bilhões, e da corrente de comércio, que somou US$ 41,90 bilhões. “Foi a segunda maior corrente de comércio da série histórica para o mês, atrás apenas da registrada em novembro de 2011, de US$ 43 bilhões”, informou o subsecretário da Secex.
chr38nbsp;
Déficit - Como o total das importações no mês ficou acima dos valores exportados, a balança fechou novembro com déficit de US$ 1,31 bilhão, no segundo saldo negativo do ano – o primeiro foi em janeiro, com US$ 206 milhões de déficit.
chr38nbsp;
Exportações em alta - Nas exportações em novembro, o destaque foi o crescimento das vendas da Indústria de Transformação, que subiram 28,3% em dólares, resultado tanto do aumento nos volumes quanto dos preços. Os principais produtos exportados pelo setor no mês foram carnes de aves, veículos para transporte de mercadorias e celuloses. Também houve crescimento nas vendas de produtos siderúrgicos, incluindo ferro gusa, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas, além de lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço.
chr38nbsp;
Volume menor mas receitas crescentes - Herlon Brandão salientou que, na Indústria Extrativa e na Agropecuária, o volume exportado diminuiu, mas as receitas continuaram crescentes graças ao aumento dos preços dos produtos. Assim, as exportações cresceram nos três setores. O aumento foi de 16,5% na Agropecuária, que somou US$ 3,01 bilhões; de 14,8% na Indústria Extrativa, que chegou a US$ 4,81 bilhões; e de 28,3% na Indústria de Transformação, com US$ 12,34 bilhões.
chr38nbsp;
América do Norte - A América do Norte apresentou crescimento de 50,4% como destino das exportações brasileiras – não só para os Estados Unidos, mas também para Canadá e México. Para o Mercosul, as vendas subiram 24,7%, principalmente para a Argentina, com alta de 17%. Já para a União Europeia, houve crescimento de 19,8%, enquanto para a China as vendas subiram 8,8%.
chr38nbsp;
Aumento de preços nas importações - Do lado da importação, o crescimento mais significativo no mês foi da Indústria Extrativa (+248,3%), com destaque para a compra de petróleo bruto e gás natural, que são combustíveis usados em usinas termelétricas. Também aumentaram as compras de produtos para Agropecuária (+61,8%), com destaque para o trigo, e para a Indústria de Transformação (+43,5%), puxada por medicamentos, adubos e fertilizantes.
chr38nbsp;
Reflexo - A alta na Indústria Extrativa reflete o aumento de 92,3% dos preços na importação do setor, já que os volumes caíram 1,5%. “chr38Eacute; mais combustível. O Brasil importa pouco produto mineral bruto”, observou o subsecretário, acrescentando que “as cotações internacionais de petróleo têm subido e o custo da aquisição desses bens tem crescido”. Também houve aumentos nos preços de itens comprados pela Indústria de Transformação (+30,2%) e pela Agropecuária (+34,7%).
chr38nbsp;
Trajetória - “Isso ajuda a contextualizar a trajetória da média diária da importação”, pontuou Brandão, referindo-se ao aumento da média diária das importações, puxado pela alta dos preços dos bens importados, no segundo semestre. Desde julho, o índice de preços apresentou altas mensais acima de 15%, chegando a 34,7% em novembro – o maior crescimento mensal no ano.
chr38nbsp;
Novo momento - São aumentos que refletem um novo momento da recuperação econômica no cenário nacional e global, segundo apontou o subsecretário. Ele frisou que já houve aumento da demanda por bens agrícolas e minerais, no primeiro momento da recuperação econômica mundial, e agora chegou a vez dos bens industrializados.
chr38nbsp;
Acumulado do ano - Brandão notou ainda que, ao contrário do mês de novembro – em que preponderou o aumento dos preços para a alta das importações –, no acumulado do ano há um maior crescimento dos quantuns (volumes), que subiram 23,4%, sempre levando em conta a queda na demanda no ano passado devido à pandemia.
chr38nbsp;
Bens intermediários - A maior parte das importações no ano é de bens intermediários, que representam 66,2% do total, com crescimento de 46,9% em relação a 2020. O maior crescimento, no entanto, foi de combustíveis e lubrificantes (+82,4%), que representam 11,6% das compras externas brasileiras.