Os atrasos dos embarques que atualmente afetam as exportações de soja do Brasil também devem atingir o açúcar. A fila de navios que aguardam nos portos do maior produtor mundial de açúcar e soja é tão grande que provavelmente haverá gargalos em maio, quando o açúcar normalmente começa a ser escoado em alguns dos mesmos terminais.
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O efeito dominó chega em um momento de oferta global de açúcar já apertada, pois muitos dos maiores produtores mundiais enfrentam contratempos. As exportações de açúcar da Índia são dificultadas devido à falta de contêineres, enquanto Tailândia e União Europeia tiveram safras menores. Ao mesmo tempo, Indonésia e China têm comprado mais açúcar.
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Os preços do açúcar bruto subiram para a maior cotação em quase quatro anos na ICE Futures em Nova York.
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“chr38Eacute; um risco muito real de que os preços do açúcar bruto possam subir devido a gargalos logísticos nos portos do Brasil, que vão competir para embarcar grãos”, disse John Stansfield, analista do Group Sopex, em Londres.
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Em janeiro, as exportações de soja do Brasil foram as mais baixas desde 2014. E as exportações em fevereiro podem corresponder a menos da metade do embarque projetado.
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Congestionamentos nos portos não são o único problema no Brasil. A forte seca no segundo semestre do ano passado pode reduzir a produção do país na temporada que começa em abril, mesmo com a tentativa das usinas de maximizar a produção, devido aos altos preços. O setor provavelmente vai adiar a moagem para esperar a melhora da produtividade, o que limitará o fornecimento em maio.
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Além disso, o fenômeno La Niña pode trazer mais chuvas nos próximos meses ao Porto de Santos, maior exportador de soja e açúcar, o que pode desacelerar as operações, segundo a Somar Meteorologia.
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A expectativa de atraso dos embarques deve dificultar as entregas do contrato de açúcar bruto de maio da bolsa de Nova York. Isso já se reflete no aumento dos spreads. O prêmio do contrato futuro de maio em relação a julho subiu para perto do maior nível desde novembro, indicando uma crise de oferta no curto prazo.
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“Qualquer sinal de atraso no início da colheita devido ao tempo seco também pode significar menos oferta em maio e aumentar o spread”, disse Stansfield. “O mercado precisa de açúcar o mais rápido possível.”
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No entanto, exportadores e tradings que esperam embolsar um grande prêmio entregando açúcar contra o contrato de maio podem nunca ver esses ganhos. Os mesmos gargalos portuários podem desencadear os altos custos de demurrage, ou pagamento de multa de sobre-estadia de navios, o que eliminaria o lucro com o spread, disse Ricardo Carvalho, diretor comercial da BP Bunge Bioenergia, um dos maiores produtores de açúcar do país.
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