03 de Fevereiro de 2021 Sem categoria

Crise de contêineres afeta comércio global de alimentos

Com a competição global por contêineres marítimos, a Tailândia não pode embarcar arroz, o Canadá acumula ervilhas e a Índia não consegue exportar sua montanha de açúcar. O transporte de caixas vazias de volta para a China se tornou tão lucrativo que até mesmo alguns transportadores de soja dos EUA precisam disputar contêineres para abastecer os famintos compradores asiáticos.

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“As pessoas não estão recebendo produtos onde precisam”, disse Steve Kranig, diretor de logística da IM-EX Global, transportadora que envia cargas como arroz, bananas e os chamados dumplings da Ásia para os EUA. “Um de meus clientes envia de 8 a 10 contêineres de arroz todas as semanas da Tailândia para Los Angeles. Mas só pode despachar 2 a 3 contêineres por semana agora.”

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O problema central é que a China, que se recuperou mais rápido da pandemia de Covid-19, acelerou sua economia com foco em exportações e está pagando enormes prêmios por contêineres, o que torna muito mais lucrativo mandá-los de volta vazios do que recarregá-los.

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Há sinais de que as altas taxas de frete têm elevado o custo de alguns alimentos. Os preços do açúcar branco dispararam para o maior nível em três anos no mês passado, e atrasos nos embarques de soja de grau alimentício dos EUA podem resultar em custos mais altos de tofu e leite de soja para os consumidores na Ásia, disse Eric Wenberg, diretor executivo da Speciality Soya and Grains Alliance.

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Custos dos alimentos

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Embora não seja totalmente atípico que contêineres retornem vazios após uma viagem, as transportadoras geralmente tentam reabastecê-los para lucrar com as taxas de envio em ambas as direções. Mas o custo de transportar mercadorias da China para os EUA é quase 10 vezes maior do que na viagem oposta, favorecendo o envio de caixas vazias em vez de carregadas, segundo dados da Freightos.

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No porto de Los Angeles, o maior dos Estados Unidos para cargas em contêineres, três em cada quatro caixas que voltam para a Ásia viajam vazias em comparação com a taxa normal de 50%, disse o diretor executivo, Gene Seroka. Em Vancouver, os contêineres permanecem nos pátios. Os terminais reduziram o tempo de transporte das caixas cheias para os navios de três dias para apenas sete horas, disse Jordan Atkins, vice-presidente do WTC Group.

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“Não é possível receber a quantidade de volume que temos aqui em Vancouver para devolver contêineres nessas janelas apertadas”, disse Atkins. “Em geral, há dificuldade para embarcar leguminosas”, disse, em referência a ervilhas e lentilhas. O Canadá é o segundo maior produtor mundial de leguminosas.

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A Índia, segundo maior produtor mundial de açúcar, exportou apenas 70 mil toneladas em janeiro, menos de 20% do volume embarcado um ano antes, disse Ravi Gupta, presidente da Shree Renuka Sugars, maior refinaria do país.

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O Vietnã, maior produtor de café robusta, também enfrenta dificuldades para exportar. Os embarques caíram mais de 20% em novembro e dezembro, disse Le Tien Hung, presidente da Simexco Dak Lak, segundo maior exportador do Vietnã.

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Ao redor do mundo, alguns compradores de alimentos continuam esperando, enquanto outros suspenderam totalmente as compras, disseram operadores.

ABTTC News

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