27 de Junho de 2023 Geral

Globo Rural: Agro não deve esperar taxas menores no Plano Safra 2023/24, diz ministro

Carlos Fávaro voltou a criticar o Banco Central pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse nesta segunda-feira (26/6) que o setor produtivo não deve esperar juros menores no anúncio do Plano Safra 2023/24. Em meio às negociações com a equipe econômica para aumentar o volume da verba destinada a equalização dos juros do crédito rural para médios e grandes produtores, ele voltou a criticar a postura do Banco Central com a manutenção da taxa Selic.
"O Banco Central precisa tomar a atitude de decidir se o Brasil vai crescer ou não vai crescer", disse Fávaro após reunião no Ministério da Fazenda. Questionado por jornalistas se poderia haver "taxas melhores" para o agronegócio no anúncio do Plano Safra 2023/24 amanhã, o ministro disse que não.
"Não, não pode esperar [taxa melhor para o agro]. Ele [BC] não sinaliza com baixar a taxa de juros", completou.
Fávaro se limitou a dizer que o Plano Safra será "muito bom". O Valor apurou que o montante de recursos disponíveis para médios e grandes produtores deverá ficar próximo de R$ 370 bilhões, com incrementos na linha para a construção e ampliação de armazéns, por exemplo.
Os incentivos ambientais ainda seguem indefinidos na véspera do anúncio. Por enquanto, o desconto na taxa final de juros será de até 1 ponto porcentual para produtores que tiveram Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e comprovarem o uso de alguma técnica de baixa emissão de carbono, como a utilização de bioinsumos na produção agrícola.
Os assessores de Fávaro ainda tentam uma ampliação do orçamento da equalização para ampliar o benefício, considerado baixo por eles. Inicialmente, a proposta era chegar à redução de até 3 pontos porcentuais para grandes produtores e até 2 pontos porcentuais para médios produtores.
"Os quatro ministérios assinaram um termo para que o Plano Safra 2023/24 fosse sustentável e queremos que isso seja cumprido, queremos que as condições sejam um pouco melhor", disse um interlocutor da Pasta de Fávaro.
Nesta segunda-feira, houve uma nova reunião dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, da Fazenda, Fernando Haddad, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do Meio Ambiente, Marina Silva. Eles receberam representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que reforçaram as demandas por volumes maiores para o seguro rural, ampliação dos recursos para a construção de estruturas de armazenagem, a disponibilização de verba para ações de comercialização, ante à queda dos preços das commodities.
Os deputados Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e Fábio Garcia (União-MT) também apoiaram a proposta do Ministério da Agricultura, para garantir os prêmios às práticas ambientais, e indicaram a necessidade de elaborar uma medida de ajuda aos produtores do Rio Grande do Sul afetados pela estiagem nas últimas safras.
"Nós pleiteamos que possamos ter um diferencial de mais de 1 ponto percentual na taxa de juros", disse Jardim, no final da reunião.
Diante da proposta de o incentivo ser concedido aos produtores que têm CAR analisado (apenas 65 mil das quase 7 milhões de propriedades registradas), os parlamentares sugeriram que seja dado algum desconto nos juros também para quem tem o registro, mesmo sem análise concluída.
"A imensa maioria de pequenos e médios produtores ainda não tem CAR analisado, seja por deficiência burocrática ou porque não acessam o CAR corriqueiramente. O pilar sustentável precisa chegar nos pequenos e médios produtores. Só a utilização do CAR analisado não atingiria os produtores gostaríamos", completou Fábio Garcia.

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