21 de Maio de 2021 Sem categoria

Investimento no Brasil tem pior década em 50 anos, diz estudo

Os investimentos no Brasil, tanto públicos quanto privados, tiveram de 2011 a 2020 a pior década em 50 anos. Os aportes foram equivalentes a 17,7% do PIB (Produto Interno Bruto), o resultado mais fraco desde a década de 1961 a 1970, segundo estudo dos pesquisadores Juliana Trece e Claudio Considera, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas).

chr38nbsp;

Além disso, pelos cálculos é possível observar que quase nove em cada dez países do mundo (87%) tiveram investimentos maiores do que os do Brasil no ano passado e que a pandemia não mudou a trajetória de baixa que era vista antes da crise sanitária.

chr38nbsp;

"O Brasil ainda investe muito pouco, mesmo quando se compara com países similares. A pandemia traz dificuldades, mas este é um problema antigo", diz Trece.

chr38nbsp;

No ano passado, a taxa de investimento do país foi de 16,4% do PIB, mas já vindo de um histórico difícil desde a recessão de antes da pandemia, entre 2015 e 2016. Quando os pesquisadores comparam apenas as economias emergentes, os demais países investiram, em média, mais que o dobro do Brasil.

chr38nbsp;

"Desde a década de 1980, vemos um ritmo de desindustrialização que afeta os investimentos. Um fator que colabora para isso é a taxa de investimentos oriunda da construção. Ela vem diminuindo sua participação", diz a pesquisadora.

chr38nbsp;

Os pesquisadores também concluíram que o país teve uma taxa de investimentos média de 2010 a 2014 de 20,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Com a recessão, do segundo trimestre de 2014 até 2016, os investimentos desabaram, com a taxa indo a seu menor nível, de 14,6%, em 2017.

chr38nbsp;

De acordo com o estudo, foram quatro anos seguidos de queda real dos investimentos.

chr38nbsp;

Na comparação de 2011 com o ano passado, a fatia dos investimentos em construção (desde obras pesadas de infraestrutura até na construção de residenciais) caiu 3,4 pontos percentuais, perdendo espaço para os aportes em máquinas e equipamentos —um desempenho que atrapalha tanto no volume de investimentos quanto em uma retomada mais robusta do mercado trabalho, já que o setor é um importante empregador.

chr38nbsp;

Nas obras de infraestrutura, que demandam investimentos mais pesados, a queda na taxa se dá pelas dificuldades fiscais do país, no caso dos investimentos públicos. No caso da iniciativa privada, o investidor acaba optando por outros países em uma situação mais estável, lembra a economista.

chr38nbsp;

"Estamos em uma situação ruim para o investimento público e com dificuldades de atração de investimento privado", diz ela. Para a pesquisadora, as reformas estruturais que ainda não foram aprovadas seriam um caminho para retomar a confiança dos investidores e destravar investimentos, mas a pandemia obrigou o adiamento das discussões.

chr38nbsp;

De acordo com o estudo, os resultados mostram a importância de reverter o cenário dos investimentos de construção. “Para que o PIB possa voltar a crescer a taxas mais robustas e com isso, possibilitar a redução da taxa de desemprego, é preciso que além dos investimentos em máquinas e equipamentos, a construção mereça atenção.”

chr38nbsp;

"Primeiro, é preciso resolver a questão da pandemia, acelerando o processo de vacinação. Depois, precisamos continuar a resolver os problemas que vinham de antes da pandemia."

chr38nbsp;

Trece avalia que, historicamente, o pontapé inicial dos investimentos tende a ser por via pública, para alavancar um determinado setor, e o investimento privado costuma vir em seguida. "Apesar de termos de pensar em um ajuste fiscal, não tem como parar os investimentos públicos."

chr38nbsp;

Outra iniciativa importante, ela complementa, pode se dar por meio de concessões e privatizações. "Só não dá para ficar do jeito que está."

chr38nbsp;

Para este ano, os pesquisadores esperam uma melhora nos investimentos, mas ainda bem lenta e distante do nível de antes da recessão de 2015 e 2016. "Se a gente conseguisse voltar ao nível de antes da recessão, seria importante, por ser um dos maiores que o país já teve, mas o investimento parece travado."

chr38nbsp;

chr38nbsp;

chr38nbsp;

ABTTC News

Preencha seu nome e e-mail abaixo para receber informações sobre a ABTTC.

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Privacidade.