24 de Novembro de 2021 Sem categoria

Mudança climática já é ameaça a portos brasileiros, diz estudo

Os portos brasileiros já sentem efeitos das mudanças climáticas e as perspectivas são de que as ameaças se agravem nos próximos anos, com impactos que podem gerar riscos para a operação e para a economia do país.

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A conclusão é de estudo feito pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) em parceria com a GIZ, braço da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de identificar os riscos e apontar medidas mitigadoras.

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Segundo o estudo, a principal ameaça está no risco de vendavais, que já afeta sete portos —entre eles o de Santos, o maior do país— e pode se tornar um problema futuro para outras nove instalações na costa brasileira.

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O risco de tempestades já afeta nove portos, mas não há previsão de mudanças significativas no longo prazo. Em 11 dos 21 portos pesquisados, a estimativa que a elevação do nível dos oceanos gere riscos altos ou muito altos a partir de 2030.

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"Os impactos nas operações portuárias em função da mudança do clima já são uma realidade no Brasil, e, mantidas as condições atuais, há uma tendência de piora neste cenário", afirma o texto, divulgado nesta segunda-feira (22) pela Antaq.

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"A partir desse relevante diagnóstico, faz-se necessário uma concertação de ações entre governos, autoridades portuárias e agência reguladora para mitigar os impactos da mudança do clima nos portos brasileiros", completa.

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O estudo alerta que a ocorrência de vendavais, tempestades e ressacas pode levar à interrupção da navegação nas regiões portuárias e até mesmo à inundação de pátios de terminais e áreas próximas, como zonas urbanas.

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"Além disso, esses impactos, em conjunto, acarretam aumento dos custos dos complexos marítimos e afetam ainda a durabilidade e resistência das instalações e das infraestruturas portuárias frente às condições climatológicas adversas", diz.

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Os portos são responsáveis por 95% da corrente de comércio exterior do país, destaca a Antaq, movimentando R$ 293 bilhões por ano, o equivalente a cerca de 14,2% do PIB. É um setor que vem recebendo grande atenção do governo, com a concessão de 12 terminais apenas em 2021.

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Os portos considerados com risco alto ou muito alto de ocorrência de vendavais são Imbituba (SC), Santos (SP), Recife (PE), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ). A projeção do estudo é que em 2050, 16 portos públicos brasileiros estejam nessas condições.

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Nas projeções para 2050, 5 portos foram classificados com risco muito alto de vendavais e outros 11, com risco alto. Natal, Salvador e Suape (PE) são os que apresentam maior variação no nível de risco nesse período.

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"Nesses casos em que o risco aumenta consideravelmente, é necessária uma atenção por parte da administração portuária, a fim de evitar possíveis prejuízos no futuro decorrentes da falta de investimento em medidas de adaptação", diz o estudo.

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Em relação à ocorrência de tempestades, o estudo indica que não há mudança brusca no número de portos sob ameaça. Hoje, têm risco alto ou muito alto os portos de Rio Grande (RS), Aratu-Candeias (BA) e Cabedelo (PB), os únicos que manterão essas condições nas projeções para 2050.

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Outros seis portos, incluindo Santos, foram classificados como risco médio de tempestades atualmente. A lista sobe para sete em 2050.

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Considerando a elevação do nível do mar, onze portos terão em 2030 risco classificado como alto ou muito alto: Aratu (BA), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), Santos (SP), São Francisco do Sul (SC), Cabedelo (PB), Fortaleza (CE), Imbituba (SC), Itaguaí (RJ), Recife (PE) e São Sebastião (SP).

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O estudo avaliou ainda a adoção de medidas de adaptação pelos operadores dos portos públicos. Em geral, detectou pouco interesse por medidas de gestão e quase nenhuma iniciativa estrutural —apenas um porto respondeu que trabalhava em mudança estrutura.

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Entre 13 medidas de gestão do questionário do estudo, apenas três eram adotadas por mais de 20% dos portos: realização de reuniões para discutir a adaptação, abordagem da mudança do clima no plano estratégico e implementação de um monitoramento meteorológico.

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"A adoção de medidas de adaptação como resposta a mudança do clima pelos portos públicos da costa brasileira ainda é incipiente e carece de maior adesão", diz o estudo, que alerta para a "necessidade imediata da adoção de medidas de adaptação por parte do setor portuário".

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ABTTC News

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